18 dezembro 2006

A importância de se ter alguém por perto- Pt. 2

Texto: Allan Gianni
Foto: Christof Wittwer


Nos últimos dias tenho andado em meio a um tornado de emoções, pensamentos e preocupações, salpicado de algumas idéias, muitos sorrisos e uma ou outra lágrima também. Mas vamos ao que interessa realmente porque afinal é pra isso que vocês estão aqui. Hoje eu resolvi continuar na área de relacionamentos, mas vou abordar um ponto diferente: Por que se apaixonar é tão complicado? Calma, caros leitores. Não digo isso com sentido negativo, porque afinal se apaixonar é bom. Estar apaixonado é estar conectado com alguém, é estar em outra dimensão, é beber a água fresca direto da fonte, é pura e simplesmente viver. O problema, ou deveria dizer a complicação, é que estar apaixonado não á fácil. O motivo: você não se apaixona sozinho. Quando você é laçado por um olhar, por uma voz ou por um jeito de ser, você nunca sabe o campo em que pisa antes que alguma mina te dê um susto daqueles. Você pode acordar um belo dia e ver alguém do seu lado, chegando assim à conclusão de que realmente era prá ser. Mas você pode também, segundos depois da derradeira confissão, vir a saber que era só você quem sentia aquilo e que a outra parte no máximo sentia aquilo outro (rss)... É aí, meus amigos, que o homem passa por maus bocados. E por quê? Por acaso alguém sabe decór e salteado o processo de desapaixonização? Claro que não, porque é nessa hora que o homem se sente mais vulnerável e depois de duras penas vai simplesmente se recuperando. Não há analgésico, antibiótico ou vacina que resolva. A cura é simplesmente o próprio tempo. Mas eu nem de longe vim aqui prá falar do lado difícil da paixão. Eu vim aqui prá dizer: Que importa? Sofra, chore, grite, corra, esperneie... mas viva. Que somos nós se formos deixar de viver algo por medo? Lembrem, meus amigos, que a única coisa irreparável é a morte. Eu já chutei tanto o pau da barraca que já sou mal-visto em acampamentos, mas devo me arrepender? Arrisco dizer que não, nem por um momento sequer. Os próprios sintomas fazem tudo valer a pena. Você não dorme, porque um alguém está povoando teu pensamento e não quer arredar pé. Você não presta atenção em nada, porque um certo alguém te levou numa viagem prá um lugar que, embora longínquo, é lindo. Você sorri como um tolo no meio da rua, porque você lembra do sorriso desse alguém. Alguns até não comem, porque o sentimento encerrado no peito se alastra pelo corpo levando fome, sede e cansaço embora. Você se sente feliz, pelo simples fato de que o lado bom de amar é que você, um simples mortal, durante algum tempo, se sente o maior homem do mundo. Por quê? Porque você ama alguém especial. Um alguém que prá você, naquele momento, é insubstituível. Esse alguém, durante algum tempo, vai te levar a sentir-se vivo como jamais esteve. Vai te fazer sentir confiança em dar qualquer passo, em rolar os dados, em cantar na chuva... vai te levar a se sentir livre. Pouco importa se, num certo momento, você descobre que só você sonhava tudo isso, desde que se lembre de que era feliz nesse sonho. Desde que se lembre que nada na vida te impede de sonhar o quanto quiser. Acordou? Vire o travesseiro, feche os olhos e pronto, meu caro. A vida é muito curta pra ficar se arrependendo. Feche os olhos, sonhe, apaixone-se e viva. Agora com licença, que vou ao encontro do meu travesseiro. Tenho um encontro marcado com alguém...

1 Comments:

At 7:42 PM, Anonymous Anônimo said...

É bom, mas à vezes dói... E como dói!

 

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